domingo, 23 de janeiro de 2011

O INVERNO, A POPULAÇÃO E OS GOVERNOS -Dom Arthur Urso Molina




O INVERNO, A POPULAÇÃO E OS GOVERNOS

Tenho acompanhado pela televisão os acontecimentos pelo Brasil em relação às chuvas, principalmente no Rio de Janeiro e tem me causado certa indignação. Percebo a transformação da desgraça dos outros num espetáculo deprimente de busca por audiência e ali não se discute o cerne da questão, ou seja, o porque disso tudo estar acontecendo.
Apesar de todo o desenvolvimento tecnológico o homem não percebeu ainda que nosso planeta é um organismo vivo e que tem vontade própria embora não seja dotada da inteligência que nós conhecemos, mas uma inteligência dinâmica, amorosa, mas firme e que segue uma lógica própria que nós ainda não aprendemos a respeitar.
Os grandes doutores e sábios continuam achando que podem fazer do planeta o que bem querem e que ficaram impunes e a história tem mostrado que a coisa não funciona bem assim...toda ação tem uma reação.
Independente da ação do homem, a mãe terra (Pachamama) tem seus movimentos, que quando acontecem no meio de regiões não habitadas não percebemos, não se tem notícia e nem tem destaque na imprensa. Quando o homem passa a ocupar regiões mais dinâmicas (margens de rios e lagoas, encostas de serras, litoral e etc...) estes movimentos naturais desabrigam, ceifam vidas e causam pânico. E ai achamos que o homem causou tal desgraça, quando na realidade ele apenas estava na hora errada e no lugar errado.
Nas cidades sempre culpamos os governos pelas inundações, desabamentos e conseqüentemente mortes e desencadeamento de doenças, quando na realidade, ao invés de desqualificarmos o trabalho dos governos, poderíamos pensar um pouco mais e ver a atitude histórica da população. O que se observa na realidade, só que isso não interessa á grande imprensa que sobrevive de vender seu produto a qualquer custo, é que a população não cuida do seu patrimônio e não entende que é responsável pela sua cidade tanto quanto ou mais que os governantes. O que podemos constatar nas imagens de uma grande chuva, são cadeiras, sofás, garrafas pet e toda espécie de lixo flutuando nas enxurradas, impedindo que funcionem os equipamentos de escoamento d’água implantados nas cidades.
O que a imprensa deveria fazer com o poder que tem é responsabilizar também a população por estes caos e cobrar dela uma atitude mais responsável e educada, só que essa posição é antipática e não dá audiência.
Enquanto continuarmos nesta do quanto pior melhor e sem respeitar a vida própria de nosso planeta, vamos continuar construindo uma grande cova onde a humanidade será impiedosamente sepultada e ai o planeta terá a oportunidade de se reconstruir talvez aparecendo uma espécie mais consciente que, cuidando melhor dela, possibilite uma vida em harmonia com a natureza, filosofia que tanto se emprega nos grandes empreendimentos de concreto que a cada dia massacram a qualidade de vida do homem e das outras espécies vivas de nosso planeta.
Salvemos nossa espécie enquanto há tempo...o planeta não morrerá!!!

Dom Arthur Urso Molina
Geólogo e Discípulo do Movimento Mística Andina
www.misticaandina.com.br


Foto: Emmanuel Cruz (Rafael Grigoletti)

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